O racismo no MET Gala de 2022 é apontado por conta da escolha de seu tema, ‘Gilded Glamour’, que abre espaço para diversas interpretações. Entenda melhor o caso.
Look do dia: o que o MET Gala mandar
O MET Gala é um baile anual realizado pela Vogue no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Ele é o tapete vermelho mais esperado do mundo da moda, pois conta com celebridades escolhidas a dedo pela revista, que devem sempre se vestir de acordo com o tema da festa.
O rico cada vez mais rico e o pobre…
E as acusações de racismo no MET Gala 2022 foram feitas por conta do seu tema, o ‘Gilded Glamour’, uma referência à era dourada norte‑americana, do período de 1870 a 1900, marcados pelo fim da Guerra Civil e a entrada do século 20. Era o auge da economia, tecnologia, ciência e indústrias para os EUA, mas como sempre ocorreu no sistema capitalista, a abundância de uns era a miséria de outros, ainda mais em um cenário pós‑guerra.
Tapando o racismo e desigualdade com peneira
Assim, enquanto mansões eram levantadas por ricos estadunidenses, diversos imigrantes da Europa e Rússia chegaram à América, para preencherem subempregos e viverem em cortiços de péssimas condições. Olhando dessa perspectiva, a época do Gilded Glamour não foi só riqueza e exuberância, ela também tinha muito de pobreza, desigualdade social e racismo.
Dois pesos, duas medidas
Ao olhar esse tema hoje, pela perspectiva geral do que ele foi, observamos um período hipócrita da história. Afinal, o acúmulo de riquezas de minorias contrastava com a miséria, discrepância e racismo do pós‑guerra, fazendo brilhar somente os olhos de grupos elitistas, repletos de privilégios e que eram ligados à extrema direita.
Tá ruim, mas pode piorar
Embora a Vogue provavelmente saiba da ligação entre moda e política desse momento da história, a dúvida que fica é se os participantes identificaram o racismo no MET Gala 2022 e se irão abordar os dois lados da moeda dos anos dourados dos EUA. As apostas são pessimistas, pois o baile conta apenas com a elite das celebridades (majoritariamente branca) que é sempre vestida por grifes luxuosas (com brancos no comando), bem como o recorte histórico que mostra apenas a riqueza do Gilded Glamour.
Quem já está com a roupa de ir?
As expectativas de alguma crítica social ao tema que envolve racismo no MET Gala ficam na mão de celebridades que já usaram esse tapete vermelho para levantar bandeiras através de suas roupas. Um desses nomes é o piloto Lewis Hamilton, que em 2021 investiu 275 mil dólares em uma mesa do evento para convidar e enaltecer estilistas negros que o vestiram para a ocasião.