FEITO POR PRETO

Resgatando e registrando a moda feita por nós

impacto da moda nas eleições

Há quem ainda reduza a moda a uma arte superficial, mas diante de pautas sociais, como as eleições presidenciais, estilistas refutam essa ideia passando mensagens que expressam seus valores e crenças por meio de suas criações. E isso não vem de hoje. Leia mais sobre o impacto da moda nas eleições.


Quando a moda encontra a política

Em 2019, a estilista brasileira Aline Celi (@celi.fashion) manifestou contra o governo de Jair Bolsonaro nas passarelas da  Berlin Fashion Week, com frases ditas pelo presidente, como “ela não merece ser estuprada porque é muito feia”.

Um ano antes, a estilista Mirella Rodrigues @mirella_rodrigues_empreende_), fundadora da marca de @thinkblue_upcycled, fez algo idêntico nas passarelas do Brasil Eco Fashion Week. Esse ano, também tivemos a grife baiana @meninosrei fazendo um protesto anti‑Bolsonaro na Semana de Moda de Milão, reforçando o impacto da moda nas eleições.

Movimento global

E esse posicionamento de estilistas em eleições presidenciais é um movimento global. Nas eleições presidenciais de 2016 dos EUA, em que Donald Trump foi eleito, estilistas como Marc Jacobs, Tom Ford e Sophie Theallet se negaram a vestir a então primeira‑dama Melania Trump, provando o impacto da moda nas eleições.

Já nas eleições de 2020, ainda ano de pandemia, Joe Biden foi eleito, com Kamala Harris como sua vice‑presidente, o que fez estilistas como Alessandro Michele (Gucci), Peter Dundas, Marc Jacobs, Prabal Gurung e Pieter Mulier, além de Carine Roitfeld (ex‑editora‑chefe da revista Vogue Paris) comemorarem essa vitória em suas redes sociais.

Look do dia: silêncio

Mas quando esses movimentos acontecem nas passarelas brasileiras, ocorre um fenômeno diferente do impacto da moda nas eleições, apontado pela jornalista da Revista Glamour, @rafaelafleur:

“Há um incômodo de parte da bolha fashionista privilegiada, sentada na primeira fila. Dezenas de influenciadoras (com looks bem semelhantes) aplaudiam timidamente, com olhos entediados. Nos stories e reviews, muitos comentários sobre tecidos e silhuetas. Sobre pluralidade e exaltação às minorias, silêncio total.”

impacto da moda nas eleições

Posicionamento? Eu só ouço falar

Mas afinal de contas, por que isso importa e o que isso tem a ver com o impacto da moda nas eleições? Justamente porque, como apontou Rafaela Fluer, a primeira fileira da bolha fashionista privilegiada é composta por dezenas de influenciadoras.

E de acordo com estudo da MPA, essas personalidades são responsáveis por 38% do debate sobre as eleições no Facebook e no Twitter, dando mais peso para o debate político dentro do ambiente digital. Logo, sentar na primeira fileira de um desfile político e se silenciar sobre as discussões que ele traz tem um impacto maior do que imaginamos.

De um lado vermelho, de outro verde‑amarelo

Além dos estilistas e das passarelas, impacto da moda nas eleições presidenciais também é expressado por meio de camisas vermelhas e verde‑amarelo. Essa é uma forma individual e silenciosa de expressar suas preferências políticas tanto nas ruas, no cotidiano, como em dias de votação, conforme a lei permite.

E embora artistas com ideologias de esquerda, como Ludmilla e Djonga, tenham tentado resgatar a camisa verde‑amarelo como símbolo de orgulho da esquerda, a moda ainda resiste com essas separações de cores para definir o posicionamento de cada eleitor.

Quem só vê roupa, não vê política

Por fim, os movimentos feitos tanto com estilistas em desfiles, quanto com a população de massa nas ruas, deixa claro que a moda é uma forma de mostrar e passar mensagens políticas através de uma vestimenta, incentivando discussões e tendo o poder de influenciar diretamente no resultado das eleições.

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