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Favelas consomem R$ 167 bilhões por ano

potencial de consumo das favelas

Uma pesquisa recente revelou o potencial de consumo das favelas, mostrando que elas consomem R$ 167 bilhões por ano, provando que o poder de compra não está só nas mãos da elite minoritária do país.


Favelas que valem mais do que barra de ouro

Atualmente, existem no Brasil 6.329 favelas, com uma população de 11,3 milhões de pessoas com renda familiar média de R$ 3.000,00 e que consomem R$ 9,6 bilhões por mês e R$ 167 bilhões por ano, segundo estudo da Outdoor Social.

Quem são as favelas na fila do IBGE?

O levantamento da Outdoor Social foi feito a pedido do “G10”, nome do grupo das dez maiores favelas do Brasil e que se chama assim em alusão ao G7, o grupo dos países mais ricos do mundo. Entre as favelas do G10 temos:

  • Rocinha (RJ)
  • Rio das Pedras (RJ)
  • Heliópolis (SP)
  • Paraisópolis (SP)
  • Cidade de Deus (AM)
  • Baixadas da Condor (PA)
  • Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA)
  • Casa Amarela (PE)
  • Coroadinho (MA)
  • Sol Nascente (DF).

As desvantagens de ser invisível

Porém, mesmo trabalhando, pagando os seus impostos e tendo crédito na praça, o potencial de consumo das favelas é desmerecido e as pessoas que vivem em periferias ainda são invisíveis para o sistema financeiro, que segue olhando para esse espaço somente como um lugar rodeado de violência e condições precárias. Já os que sabem olhar para as favelas como uma potência econômica tem se dado bem.

Rendendo mais que CDI

Um exemplo a nível global de quem soube olhar para o potencial de consumo das favelas é o Banco Grameen, foi criado com o intuito de oferecer serviço de microcrédito para população de favelas de Bangladesh.

O banco foi tão bem sucedido nesse investimento que cresceu para o mundo todo, se tornou um grande aliado no combate à pobreza e o seu criador, Mohammad Yunus, ganhou um prêmio Nobel da Paz em 2006.

Lucro a primeira vista

Outro exemplo de negócio feito pensando no potencial de consumo das favelas e que tem tido bons retornos é a Outdoor Social, responsável pela pesquisa que citamos aqui.

Ela é a única empresa do Brasil do ramo de outdoors que trabalha exclusivamente dentro de periferias e remunera todos os moradores que permitem a inserção de outdoors em seus imóveis, algo que já fez com que eles gerassem renda para cerca de 38 mil famílias em 600 comunidades do Brasil, além de terem 31.695 pontos de exibição em favelas, sendo que 237 deles estão instalados no Conjunto de Favelas da Maré.

Aquele que tudo copia

A Outdoor Social, além de ser uma empresa que lucra com um trabalho focado no potencial de consumo das favelas, atua reconhecendo e pagando pela criatividade das pessoas da favela, um ponto que muitas empresas, principalmente do segmento de moda de luxo, não se atentam.

E falamos exclusivamente das marcas de moda de luxo porque elas são as que mais tem percepção do potencial criativo do estilo de favelados e usa eles como referência, mas sem nunca dar os devidos créditos e valor.

Cheirinho de sucesso

Exemplos de tendências de moda que surgiram nas periferias e atingiram holofotes da moda de luxo é o que não faltam: o streetwear, as unhas de gel (que por anos foram as queridinhas do clã Kardashian), os óculos Juliet que hoje são usados por diversos artistas, o cabelo loiro pivete, os brincos de argola, o bucket hat, a modelagem oversized, a logomania e muito mais.

Galinha dos ovos de ouro

Ou seja, as favelas tem muito a oferecer quando falamos de movimentar a economia, seja em potencial de consumo das favelas ou em criar itens fashionistas e que fazem a economia girar.

E aqui cabe a reflexão de consumirmos tendências da favela diretamente de pessoas que as criam, afinal, existem cerca de 289 mil comércios registrados dentro das mais de 6 mil favelas do país, portanto, esta é uma forma de gerar renda diretamente aos criadores das tendências, pertencentes hoje às classes C, D e E.

De favela em favela se faz a economia

No mais, vale ressaltar que a nossa economia não é movimentada somente por uma parcela pequena da elite brasileira.

Quem hoje olha para as favelas além do preconceito e estigmas de violência e precariedade, mas sim como potências consumidoras e ditadoras de tendências, tem grandes chances de crescer e se conectar com um público e negócios fiéis. 

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